A Oliveira - origens

A OLIVEIRA 

A oliveira é uma árvore de porte médio, muito resistente e com raízes que atingem os 6 metros, sendo conhecidas cerca de 400 espécies. 
De crescimento lento, nas condições mais favoráveis dá frutos a partir do quinto ano, mas só se desenvolve completamente aos 20 anos e o seu período de maturidade e plena produção ocorre entre os 35 e os 150 anos. A partir daqui envelhece e o seu rendimento torna-se irregular, embora consiga viver muito tempo. Conhecem-se espécimes com 2000 anos. 
A oliveira, é considerada uma árvore mítica e símbolo da imortalidade, fundindo-se com a história, a tradição e a cultura dos povos mediterrâneos.
É muito difícil determinar com rigor a data do aparecimento da oliveira, mas há provas científicas que a colocam no Paleolítico Superior. 
A sua cultura ter-se-á iniciado na Ásia Menor (atual Médio Oriente) há 6000 anos. Foi levada pelos fenícios para as ilhas gregas e terão sido os gregos a difundir essa cultura pela bacia mediterrânica. 
No ano 3000 a.C. constata-se que a oliveira era já cultivada por todo o "Crescente Fértil" (actual Médio Oriente). A partir do século II a. C., já existiam relatos sobre os imensos olivais que circundavam as cidades, como é o caso de uma inscrição do tempo de Ramsés II (1197-1165 a. C.), descoberta em Heliópolis, no templo do deus Rá, onde se afirma que os olivais em torno da cidade produziam azeite puro, da melhor qualidade do Egito, para a iluminação do palácio sagrado.
Do Médio Oriente ao Ocidente, o cultivo da oliveira foi avançando pelo Mediterrâneo levado pelos fenícios quando fundavam as suas colónias e pelos navegadores cartagineses, depois da fundação de Cartago.
Nesta longa trajetória, passou da Ásia Menor e do Egito para a Grécia, levada por Cécrope, o fundador da cidade de Atenas, em 1582 a.C.
Os antigos habitantes da Grécia já conheciam a oliveira brava mas trouxeram do Egito as variedades cultivadas e melhoraram os seus conhecimentos quanto aos processos de extracção do azeite. No entanto, foi no tempo dos romanos que a olivicultura atingiu o seu esplendor. Seguindo as rotas da conquista romana, a oliveira foi-se espalhando pelas margens do Mediterrâneo: Tunes, Argélia e Marrocos.
Hoje, devido sobretudo aos Descobrimentos, existe em regiões tão remotas como a Austrália e o Chile, Estados Unidos e Japão, México e África do Sul. 
Em Portugal, os vestígios da sua presença datam da Idade do Bronze, mas só nos séculos XV e XVI o seu cultivo se generaliza a todo país.
Quando os romanos chegaram a Portugal, a olivicultura era já uma actividade económica em desenvolvimento. Existem referências ao cultivo de oliveiras entre searas, o chamado "olival espaçado".
O primeiro documento salvaguardando a mancha de oliveiras do País foi o chamado "Código Visigótico", que previa uma multa de cinco soldos para quem arrancasse oliveira alheia (contra apenas três soldos de multa se fosse outra a árvore).
Os árabes, que colocavam a oliveira acima de todas as outras espécies, foram os principais impulsionadores do cultivo e exploração das oliveiras e foram os seus descendentes que, após a Reconquista, asseguraram a continuidade das explorações olivícolas, principalmente na Estremadura e Alentejo. Os primeiros forais que referem esta produção dizem respeito a estas províncias.
Foi em Évora (1392) que se lavrou a primeira regulamentação do ofício de lagareiro. Só no século XVI Coimbra (1515) e Lisboa (1572) lhe seguiram o exemplo.
Também os forais dos mouros forros de Lisboa, Alcácer do Sal, Palmela, Almada, dados por D.Afonso Henriques, em 1170, e mais tarde o dos mouros do Algarve (1269) e o de Évora (1273) se referem expressamente à cultura da oliveira.
Tomar, sede da Ordem dos Templários, viu igualmente regulamentada a exploração olivícola desde 1162, por autoridade do mestre Gualdim Pais, no primeiro foral concedido àquela vila.         
A árvore, desde os tempos imemoriais, é referida na história de todos os povos mediterrâneos. Símbolo de paz, prosperidade, fraternidade e saúde, a oliveira tem sido um elo de interligação entre as diversas culturas que, nos últimos milénios, fizeram história. 
Nesta zona do Alentejo a variedade predominante é a Galega, cujas características principais são a sua irregular produção e um fraco rendimento na quantidade de azeite deles extraído, excelente aroma e sabor. 
Na área de ação da Cooperativa de Olivicultores de Borba, a olivicultura é feita de forma tradicional, não sendo utilizados quaisquer tipo de produtos químicos nos olivais. Os nossos azeites são, na generalidade e na prática, azeite biologicamente puros. 
Encontram-se diversos grupos de cultivares, espalhados por diferentes zonas oleícolas. 
As cultivares de maior importância utilizadas em Portugal são a Galega, a Carrasquinha, a Cordovil, a Cobrançosa e a Verdeal. 
A oliveira, dada a sua rusticidade, encontra-se muitas vezes em terrenos onde nenhuma outra planta resistiria. Mas quando a oliveira é tratada como uma verdadeira cultura as produções aumentam em quantidade e, em comparação com situações extremas, também em qualidade.

http://www.casaaragao.com.br/Conhecimento_Historias/olival.asp


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